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Cirurgia Plástica

Neste capítulo haverá comentários sobre as cirurgias plásticas mais procuradas e alguns procedimentos estéticos não-invasivos. Serão discutidos os aspectos gerais das cirurgias, suas vantagens, indicações e complicações (que podem surgir como em qualquer ato operatório), normalmente não citados nas revistas femininas.

A divisão por faixa etária vai facilitar a leitura do texto e permitirá que se analisem as características peculiares de cada fase na vida da mulher.

Dos 8 aos 18 anos

Na pré-adolescência as principais preocupações estão relacionados à face: o tamanho das orelhas, do nariz, dos dentes. Poucas cirurgias são feitas nesta fase:

  • A Otoplastia: cirurgia para correção de orelhas em abano. Ela pode ser realizada a partir dos 7 anos, sob anestesia geral ou local; é relativamente simples e leva uma hora para sua execução. A cicatriz resultante fica atrás da orelha e normalmente desaparece com o tempo.

As complicações mais comuns são:

  • Dor: em alguns pacientes ela pode ser muito intensa, durando dias apesar dos analgésicos;
  • Quelóides: são cicatrizes patológicas que podem continuar crescendo, ultrapassando o local da cirurgia como um verdadeiro tumor de pele de difícil correção (quando houver evidências de que a pessoa tem quelóide, o melhor é evitar qualquer cirurgia!);
  • Mal resultado: pode deixar a orelha com aspecto artificial, muito grudada na cabeça ou com a cartilagem nitidamente quebrada.

Na adolescência as cirurgias mais praticadas são:

  • Rinoplastia: plástica nasal. Deve ser realizada após o amadurecimento do rosto, por volta dos 16 anos, ou antes, quando houver um grande desvio nasal. É uma cirurgia que causa grande impacto psicológico, portanto é indispensável muita cautela na hora da decisão.

A operação é feita sob anestesia local ou geral, com 1 a 2 horas de duração. Na maioria dos casos os cortes são internos, não-aparentes. A recuperação é rápida, por volta de 10 dias, e apesar do grande inchaço dos primeiros dias, não é dolorida. As complicações mais comuns são os sangramentos pós-operatórios (deve-se evitar o uso de aspirina e antiinflamatórios), a dificuldade para respirar pelo nariz e os resultados insatisfatórios.

O nariz, devido à sua posição central na face, é muito notado, e qualquer inchaço ou depressão compromete a estética. Mesmo quando a cirurgia é feita com toda a competência podem surgir fibroses ou aderências, exigindo um retoque posterior.

A tendência atual dos cirurgiões é a de ser menos agressivo na redução do nariz, pois observa-se que o nariz operado continua diminuindo mesmo após 2 anos! Um nariz um pouco maior no pós-operatório pode ficar perfeito para sempre, ao passo que um nariz lindo no começo pode ficar muito estreito e pequeno com o tempo. Paciência!

Lipoaspiração

É indicada quando a adolescente já desenvolveu as características femininas adultas. É um excelente método para modelar o corpo: através de pequenas incisões introduz-se uma cânula ligada a um aspirador, e com movimentos de vaivém aspira-se a gordura indesejada produzindo cinturas finas que jamais seriam obtidas com ginástica, cremes ou massagens. A cirurgia pode ser feita com anestesia local, peridural ou geral, dependendo do lugar e da extensão da área a ser operada, e aqui vai um alerta: não subestime a lipoaspiração, ela não é uma pequena cirurgia a despeito dos pequenos cortes; exija a segurança de um hospital e nunca a considere um método de emagrecimento: quanto mais gordura se aspira, mais riscos se corre.

Considera-se hoje que 2 litros de gordura sejam o limite razoável de segurança.

Na faixa etária em pauta, de 8 aos 18 anos, conseguimos os melhores resultados em lipoaspiração devido à elasticidade da pele, que se retrai sem formar pregas mesmo com a retirada de grandes volumes.

As complicações da lipoaspiração podem ser temporárias como: formação de seromas (líquido sob a pele), equimoses (manchas roxas) e nódulos subcutâneos; ou definitivas: irregularidades, depressões e alteração na cor da pele, normalmente associadas a retiradas excessivas de gordura.

Cirurgia mamária

É indicada para corrigir geralmente três tipos de problema: a assimetria (diferenças evidentes entre as mamas), a hipertrofia (crescimento exagerado) e a hipotrofia (pequeno crescimento) das mamas.

Assimetria mamária

Quando muito acentuada, deve-se corrigir rápido para não atrapalhar o desenvolvimento físico e psíquico da menina, a partir dos 15 ou 16 anos, lembrando sempre da possibilidade de um retoque cirúrgico posterior. Na hipertrofia a cirurgia é indicada em casos extremos, ou quando há uma grande queda associada; o conceito de mamas grande mudou muito nos últimos anos, e algumas pacientes se arrependeram de diminuí-las e hoje querem aumentá-las novamente, só que agora carregam uma cicatriz para sempre. É preciso maturidade, bom senso e conselho de mãe!

Hipotrofia

É aqui que utilizamos as próteses mamárias de silicone. Um dos motivos que explicam o enorme interesse por esta cirurgia nos dias atuais, sem dúvida é a grande melhora na qualidade das próteses: com a nova tecnologia não há mais perigo de o silicone sair da região mamária, afastou-se a possibilidade de o silicone provocar câncer ou outras doenças auto-imunes, e a freqüência de endurecimento das mamas caiu de 40% para 5% dos casos. As próteses antigas duravam cerca de 10 anos em média, mas as atuais duram muito mais, embora ainda não tenhamos uma resposta definitiva, o corpo muda, e quando isto acontece trocam-se as próteses por motivos puramente estéticos.

A cirurgia é relativamente simples e segura, usa-se anestesia local ou geral com duração de 2 horas. As incisões mais comuns são no sulco inframamário, na borda da aréola ou na axila, todas com vantagens e desvantagens que devem ser discutidas. Outro ponto polêmico é se a prótese deve ser colocada por cima ou por baixo do músculo. A maioria dos médicos prefere por cima do músculo, deixando a outra opção para certos casos especiais: pacientes muito magras; com incidência familiar de câncer de mama, ou com reoperações. Em minha experiência pessoal observo mais complicações nas próteses submusculares: há movimentação da prótese quando se contrai o músculo peitoral, com deslocamento em direção à axila.

Dos 18 aos 38 anos

Nesta faixa etária as cirurgias requisitadas são as mesmas das mulheres mais jovens, acrescidas de outras que servem para corrigir as conseqüências da maternidade: a flacidez das mamas e do abdômen.

Dermolipectomia abdominal

É a cirurgia para retirada do excesso de pele abdominal. Deve ser realizada somente após a decisão de não ter mais filhos. Normalmente a cicatriz desta cirurgia é grande e demora a ficar bonita (até 1 ano e meio), mas mesmo assim é muito praticada no Brasil. Pessoas com má cicatrização não devem fazê-la. A cirurgia é simples, com duração de 3 horas em média. A recuperação é um pouco longa, por volta de 3 semanas. Complicações: a mais temida é a necrose (morte) da pele, que retarda o processo de cura e deixa cicatrizes muito feias; pacientes fumantes têm um risco muito maior de desenvolver necrose, portanto é necessário abandonar o vício um mês antes de fazer a operação. Atualmente há várias alternativas de tratamento da flacidez abdominal, e a escolha da melhor técnica é fundamental para a satisfação da paciente.

Mastopexia

Ou correção da flacidez e queda das mamas. Nesta cirurgia retira-se o excesso de pele e reposiciona-se a glândula mamária; muitas vezes é utilizada uma prótese porque algumas mamas “somem” após a amamentação.

Dos 38 aos 58 anos

Começa aqui a eterna luta contra a ação do tempo. Uma das armas que mais se desenvolveram nestes anos foi a indústria dos cosméticos com o aparecimento dos alfa- hidroxiácidos que proporcionam uma revitalização da pele. Alguns medicamentos também estão sendo muito usados para diminuir as rugas faciais, como o Botox (que é uma toxina em concentração muito baixa), que paraliza temporariamente (por volta de 4 meses) a ação dos músculos, e o colágeno, para preenchimento de depressões da pele. Algumas substâncias não-absorvíveis, como o metacrilato (um plástico em microesferas) e até o silicone em baixas concentrações também são utilizadas para o mesmo fim. Para resolver a flacidez e o excesso de pele existem atualmente duas cirurgias: a blefaroplastia e a ritidoplastia.

Blefaroplastia

É a cirurgia plástica das pálpebras, de onde são retirados os excessos de pele, músculo e gordura. É um procedimento rápido, mas que exige muito cuidado e experiência do profissional, uma vez que a pálpebra, principalmente a inferior, não permite muita margem de erro. O olhar triste, caído, ou dormir de olhos abertos são algumas das complicações possíveis, e causam desconforto físico e estético.

Ritidoplastia

Ou “lifting” facial ou “minilifting” são sinônimos para a cirurgia rejuvenescedora da face. Consiste em remover o excesso de pele facial e “levantar”os músculos, produzindo um semblante mais jovial. As incisões são grandes, mas habilidosamente escondidas. É realizada comumente sob anestesia geral com duração de 3 a 6 horas. O pós-operatório é um pouco complicado, porquanto o inchaço deforma o rosto e aflige todas as pacientes, mas melhora após uma semana. Não é cirurgia dolorida, mas incômoda. Pacientes tabagistas e hipertensos estão mais sujeitos a complicações como hematomas (sangramento sob a pele) e a temida necrose de pele; fumar logo após uma cirurgia da face é pedir por encrenca. Não existe uma idade ideal para fazer uma plástica de rosto, vai depender de cada caso, mas nos EUA, por exemplo, as mulheres começam bem cedo: no final dos 30 anos e começo dos 40 para poderem “congelar” a face numa idade em que ainda preservam a beleza; a brasileira está trilhando o mesmo caminho…

E a luta continua. Uma das preocupações mais comuns nesta camada da população é quanto ao estado da pele. Alguns tratamentos são eficazes: os “peelings”, que podem ser à base de alfa-hidroxiácidos, fenol, ou mais recentemente, a laser.

Cuidado com métodos muito agressivos, pois uma complicação possível é a formação de cicatriz na face, ou de mancha inestética. É bastante recomendável iniciar com “peelings” superficiais, de recuperação rápida, como uma forma de sentir a resposta da pele.

Mas não se iluda: não existe mágica ou milagre que restaure a qualidade perdida da pele. Portanto, cuide da pele desde cedo, e principalmente evite os agentes que mais a estragam, que são o cigarro e o sol.

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