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Doação e Recepção de Óvulos

Minha Mensagem

DOADORAS E RECEPTORAS DE ÓVULOS 

“Bendito o fruto do teu ventre”

São muitas as causas de infertilidade, e a maioria delas é tratável. Medicamentos induzem a ovulação quando ela não for adequada; cirurgias recuperam problemas da anatomia do aparelho reprodutor quando houver alterações, como aderências pélvicas ou obstrução tubária; a endometriose é tratável pela videolaparoscopia; os espermatozoides, quando não estiverem presentes no sêmen, podem ser retirados do testículo por mini intervenções cirúrgicas; e, por fim, a fertilização in vitro (FIV) resolve quase todos os problemas.

Descobrir alguma dessas dificuldades causa uma dor maior ou menor no sentimento da mulher, mas os tratamentos disponíveis para esses problemas aliviam o sofrimento.

De todos os diagnósticos conhecidos, o de aceitação mais difícil é o da ausência de óvulos capazes de serem fertilizados, isto é, o de que o ovário não possui mais óvulos capazes de gerar filhos. É um momento de decepção, pois a mulher acredita não ser mais possível ser mãe. Esse fato pode ocorrer em mulheres jovens com falência ovariana prematura, também chamada de menopausa precoce; em casos de cirurgias mutiladoras, em que são retirados os dois ovários; em casos de doenças genéticas e cromossômicas transmissíveis, onde,  muitas vezes,  o diagnóstico pré-implantacional DPI não é possível; em idade avançada, quando os óvulos produzidos não formam embriões de boa qualidade; ou na própria menopausa na idade certa (ao redor dos 50 anos), época em que não existem mais óvulos. Nos dias de hoje, cada vez mais mulheres retardam o casamento e a busca de um filho por priorizarem a sua formação e carreira profissional ou MINHA MENSAGEM a conquista de bens materiais. Outras, após os 40 anos, reencontram uma vida afetiva feliz num segundo casamento com um homem sem filhos e que deseja uma família.

Não importa o motivo. A solução para todos esses casos é a DOAÇÃO DE ÓVULOS. Essas mulheres podem ser mães e gerar seu(s) filho(s) no seu próprio ventre, tendo um bebê fruto dos espermatozoides do seu marido com um óvulo de uma mulher doadora.

O primeiro impacto dessa proposta de tratamento é, quase sempre, de indignação e acompanhada de comentários como: “Dessa maneira não me interessa”, “Então esse filho não será meu”, “Essa criança não terá as minhas características, nem o meu DNA”, entre  outros. Estas afirmações são feitas por quase todas as mulheres na fase inicial. Mesmo quando munidas de uma vasta quantidade de informações necessárias para a compreensão desse processo, deixam a clínica frustradas e acreditando que desistirão de ter filhos para sempre. Mas, após um período de reflexão e conhecimento, retornam abertas a essa opção para ter seus filhos. É muito gratificante cuidar desses casais, porque a tristeza por considerarem a sua fertilidade irreversível converte-se em uma felicidade inesperada.

A doação de óvulos é um tratamento sigiloso, do conhecimento exclusivo do médico e do casal, exceção na doação de gametas para parentesco de até 4º (quarto) grau, de um dos receptores (primeiro grau – pais/filhos; segundo grau – avós\irmãos; terceiro grau – tios\sobrinhos; quarto grau – primos), desde que não incorra em consanguinidade (RESOLUÇÃO CFM DE 2022). As doadoras devem ser anônimas, isto é, não podem ser da própria família nem conhecidas do casal. Devem ter semelhança física, tipo de sangue compatível e saúde física e mental comprovadas por exames. A incorporação dos sentimentos de maternidade e de paternidade após a constatação do sucesso da gravidez é tão grande, que todos os casais após esse momento mal se lembram de que a gestação foi obtida por óvulos doados. O que importa para essas mães é que o bebê veio do seu próprio ventre. Ela dará à luz, e desse momento em diante, pelo resto de sua vida, aquele será SEU FILHO! Além disso, um estudo mostrou que crianças nascidas de óvulos doados demonstram menos problemas psicológicos do que crianças nascidas de útero de substituição, e sem diferenças em relação a crianças concebidas naturalmente, mostrando que a ausência de vínculo intrauterino afeta mais a criança que a ausência do link genético.

“Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim”.(Chico Xavier)

Declaração Universal dos Direitos do Homem

A procriação deve ser um direito de todos e é reconhecida na Declaração Universal dos Direitos do Homem (Resolução da III Sessão Ordinária da Assembleia Geral das Nações Unidas, aprovada em Paris em 10 de dezembro de 1978). Nesta declaração, destaca-se que, além da igualdade e da dignidade, o ser humano tem direito de fundar uma família (Declaração Universal dos Direitos do Homem artigos III, VII e XVI, 1.

ESSE É UM CONTEÚDO EXTENSO PARA QUE VOCÊ TENHA TODOS OS DETALHES QUE FAZEM A DIFERENÇA!

Uma Integração Perfeita e Ética Que Ajuda a Construir Famílias

A primeira gestação resultante de ovodoação ocorreu em 1984. A paciente tinha falência ovariana prematura, ou seja, entrou precocemente na menopausa.

A doação de óvulos é realizada no Brasil pelo IPGO há mais de 25 anos. É ética e legal, contanto que não haja fins comerciais e seja anônima. Portanto, a doadora não saberá a identidade da receptora e vice-versa – é o que determina a lei e a ética. Chamamos de doadora a mulher que será estimulada para um ciclo de FIV, do qual resultará a coleta de vários óvulos que serão doados, na sua totalidade ou metade deles (doação compartilhada), para uma outra mulher que não tem mais capacidade de produzi-los – esta é a receptora.

 A receptora terá o seu útero preparado com hormônios (estradiol e progesterona) antes de receber o(s) embrião(ões), e os mesmos terão que ser mantidos até o terceiro mês de gestação, quando a placenta passa a ser a responsável pela sua manutenção. Após o terceiro mês, a gestação evolui normalmente, sem a necessidade de suporte hormonal. O pré-natal é igual ao de uma gravidez concebida naturalmente e a mãe poderá amamentar sem qualquer diferença de uma gravidez espontânea.

A Epigenética: o efeito nas receptoras de óvulos

Os filhos das mães receptoras são fisicamente semelhantes à mãe?

O EFEITO DA EPIGENÉTICA NAS RECEPTORAS DE ÓVULOS

Uma das maiores preocupações das mulheres que  receberão óvulos doados é se o filho que será gerado terá semelhança física e comportamental, pois temem que, no futuro, possa duvidar ou desconfiar da origem dos óvulos. É claro que, de início, o IPGO deixa claro que tomamos todos os cuidados para que todos os critérios de semelhança com a futura mãe receptora sejam considerados, como por exemplo, a própria compatibilidade do tipo de sangue, para que nunca haja dúvida de que o óvulo foi originado de outra mulher, a não ser que esta receptora deseje contar a verdade no futuro. Isto será uma opção dela. É sempre bom lembrar que, em uma família de vários irmãos, nem todos serão sósias um do outro e nem todos serão idênticos ao pai ou à mãe.

Do ponto de vista genético, é interessante saber que 99,9% dos nossos genes são idênticos. Isto significa que as diferenças que percebemos ao nascimento entre uma criança e outra não dependem apenas de ela ter genes específicos herdados da mãe ou do pai, mas também da influência do ambiente na determinação de como o código genético será expresso. Em outras palavras, o DNA (ácido desoxirribonucleico) não é o único responsável pelas características do ser humano. Independente da origem do óvulo,  os efeitos do ambiente como o útero, a irrigação sanguínea, A EPIGENÉTICA: O EFEITO NAS RECEPTORAS DE ÓVULOS a nutrição e até mesmo o modo “como a futura mãe pensa” são fundamentais para formação e desenvolvimento do novo ser e podem afetar a expressão dos genes do embrião. Os genes podem se expressar ou permanecer adormecidos, dependendo de sinais provenientes do exterior da célula. Nosso código genético possui verdadeiras “chaves de liga/desliga”, que ativam ou inativam a ação dos genes. Quem determina quais genes serão ativados ou não é o que chamamos de fatores epigenéticos. A expressão dos genes começa no útero. A mulher grávida, com seu útero representando o meio ambiente, é responsável pela forma como os genes do bebê serão expressos. Esta fase inicial da vida, as primeiras 40 semanas ou mais, começam a moldar as características da criança ao nascer.

MAS O QUE É EPIGENÉTICA (DO GREGO EPI = ALÉM DE + GENÉTICA)?

Os Genes são as unidades fundamentais da hereditariedade e são formados por uma sequência específica de DNA, que contém as instruções genéticas que coordenam o desenvolvimento e funcionamento de todos os seres vivos. A sequência de DNA são como letras de um texto complexo, e as etiquetas epigenéticas como os espaços, a pontuação e os parágrafos que fazem a sequência do texto adquirir um significado. Tais etiquetas epigenéticas são como chaves de liga/desliga que ativam ou inativam a ação dos genes. A expressão destes genes, que chamamos de “imprinting genômico”, ocorre já na fase de formação dos gametas masculino e feminino, e prossegue durante a fertilização e o desenvolvimento embrionário. Evidências científicas têm demonstrado que os genes e o DNA não são responsáveis pela especificidade final dos seres humanos, e sim, os imprintings genéticos que fazem com que genes sejam expressos ou permaneçam adormecidos, dependendo dos sinais provenientes do exterior da célula. O ambiente, no caso de uma gestação, é o útero da mulher. Assim, tudo o que ocorrer durante a gestação pode influenciar a ativação ou inativação de genes do futuro bebê. Dessa forma, uma criança nascida do útero de uma receptora será emocional, física e psicologicamente diferente do que se a mesma criança fosse concebida no útero da doadora do óvulo. Um bebê concebido de um óvulo doado recebe as “instruções” sobre a expressão dos seus genes da mulher que o carrega. Em outras palavras, a mãe que gesta influencia na epigenética do seu filho.

O útero assume, portanto, muito mais do que o papel de uma incubadora, e o desenvolvimento do feto dependerá em tudo do corpo da mulher que o carrega: o oxigênio, os nutrientes, a excreção,  o estilo de vida, o uso de hormônios, a exposição a agentes , a alimentação e a forma como tudo isso é ofertado irá influenciar diretamente a ativação e expressão gênica do embrião. Assim, a receptora determina, sim, como será seu filho até em nível genético!!! A criança que nasce será física e emocionalmente diferente da mulher doadora. Em outras palavras, a mãe que gesta influencia o que a criança será e assim, em nível genético, é seu filho.

Talvez o maior mito que envolva a gravidez diga respeito ao fato de que o útero seria simplesmente uma incubadora. Nada poderia estar mais longe da verdade. O aspecto mais importante de todas as gestações – incluindo a decorrente de doação de óvulos – é que o crescimento de cada célula do corpo do feto em desenvolvimento é construído a partir do corpo da mãe grávida. O tecido de revestimento do seu útero (o endométrio) irá contribuir para a formação da placenta. O feto usará proteínas de seu corpo; o feto usará seu cálcio, seus açúcares, nitratos e fluídos. Assim, você não é passiva neste processo.

Portanto: a receptora determina como será seu filho.

Como é feita a doação de óvulos compartilhada

O ciclo de doação de óvulos é realizado pela técnica de Fertilização in vitro, na qual os gametas femininos (óvulos) de uma mulher (doadora) são doados a outra (receptora) para que sejam fertilizados. A fertilização é realizada no laboratório com espermatozoides do marido da receptora. A doadora será estimulada com hormônios injetáveis para aumentar a produção de óvulos naquele mês.

No caso da doação compartilhada, a metade dos óvulos será fertilizada com os espermatozoides do marido da doadora e a outra metade com os espermatozoides do marido da receptora.

Vinte e quatro horas após a fertilização, sabemos quantos embriões se formaram. Estes embriões permanecem no laboratório por 2 a 5 dias e, após serem selecionados, serão colocados no útero através de um cateter por via vaginal. Não há necessidade de sedação.

Desta forma, o(s) embrião(ões) transferido(s) para o útero da receptora, será(ão) fertilizado(os) pelo espermatozoide do próprio marido e o óvulo de uma doadora. A receptora recebe dois únicos hormônios (estrogênio e progesterona) para o preparo do endométrio a fim de receber os embriões, pois não existe indução de ovulação. A taxa de sucesso de gravidez é de 65%,  a mesma da paciente doadora, que tem idade ao redor de 30 anos.

BANCO DE ÓVULOS: DOAÇÃO DE ÓVULOS CONGELADOS

O BANCO DE ÓVULOS é o local onde ficam armazenados os óvulos congelados das doadoras.  O IPGO conta com doadoras de várias etnias e que realizam previamente todos os exames para a pesquisa de doenças infecciosas e cromossômicas. A doadora realiza todos os exames clínicos necessários, garantindo assim que seu estado de saúde atende às exigências da doação. A escolha da doadora é feita de forma sigilosa e atendendo às características físicas solicitadas pela receptora, tomando-se os devidos cuidados para evitar os riscos de utilização de óvulos de pessoas da mesma família, ou de incompatibilidade sanguínea. Quando indicado ou a pedido da paciente, o IPGO  realiza estudo minucioso de doenças genéticas (não confundir com doenças cromossômicas), estudo imunológico de compatibilidade, ( HLA-C/KIR) e exames de ancestralidade. Uma das vantagens da utilização do banco de óvulos do IPGO é a acessibilidade.

Como a doação é realizada por pacientes jovens, a taxa de gravidez é ao redor de 65%.

Considerações atuais para doadoras de óvulos (banco de óvulos)

1. NÃO HÁ COMPENSAÇÃO ECONÔMICA

Óvulos não podem ser vendidos. A doação deve ser voluntária e considerada um ato de generosidade da paciente doadora.

2. EQUIPE MÉDICA ESPECIALIZADA – TRATAMENTO INDIVIDUALIZADO

No IPGO, a doadora estará sempre nas mãos de médicos especializados em medicina reprodutiva, psicólogos e pessoal auxiliar especialmente dedicado a oferecer excelente tratamento humano e profissional. Além disso, será atendida nos nossos consultórios e salas equipados com tecnologia de última geração, garantindo, assim, a sua segurança.

3. O TAMANHO DA AJUDA

A solidariedade da doadora ajuda:

  • Mulheres que tiveram câncer e foram submetidas a tratamentos oncológicas (quimioterapia) e, consequentemente, não produzem óvulos
  • Mulheres jovens que entraram na menopausa precocemente (menopausa precoce ou falência ovariana prematura)
  • Mulheres na menopausa, cujos ovários não têm mais óvulos, devido à idade
  • Mulheres com doenças genéticas que seriam transmitidas aos seus descendentes ou então que impedem os ovários de responder à medicação
  • Mulheres cujos óvulos não têm a qualidade suficiente para conseguir gerar um filho

4. PROGRAMA DE BANCO DE ÓVULOS

Graças à vitrificação de óvulos, hoje não é necessário que pacientes que precisam receber óvulos aguardem até encontrar uma doadora para realizar o tratamento. Os óvulos podem ficar armazenados para utilização no momento adequado.

5. QUEM SE PROPÕE A DOAR ÓVULOS COSTUMA TER DÚVIDAS QUE DEVEM SER ESCLARECIDAS

  1. Um dos mais frequentes questionamentos é o número de vezes que uma doadora pode doar óvulos. O número de ciclos, feitos na clínica, depende de diversos fatores. O número específico de doações não está legalmente determinado. A doação de óvulos não tem efeitos secundários. Não causa aumento de peso, não acelera a menopausa, não aumenta a incidência de câncer e nem provoca um aparecimento súbito de acne ou pelos, como alguns acreditam.
    Doar óvulos não significa que se esgotem ou que se acelere a menopausa. Uma mulher nasce com uma quantidade de óvulos ao redor de 2 milhões. Na ocasião da primeira menstruação (menarca), esta quantidade diminui para 300 a 400 mil óvulos. Os óvulos vão se perdendo com o passar dos meses das menstruações. Em cada ciclo normal começam crescer cerca 1000 óvulos, mas, no final, só um alcança o desenvolvimento suficiente para chegar a ovular.
    Com o tratamento, conseguimos que vários óvulos alcancem o tamanho adequado para amadurecer, sem que isso afete o total de óvulos que a mulher possui. Portanto, independentemente da estimulação ovariana e do número de óvulos que serão retirados, a perda mensal permanecerá a mesma, 1000 óvulos por mês. A reserva ovariana permanecerá idêntica, tendo a mulher doado ou não parte dos seus óvulos. Apenas o “desperdício” será evitado.
    O anonimato é total (exceto na doação de gametas para parentesco de até 4º (quarto) grau, de um dos receptores (primeiro grau – pais/filhos; segundo grau – avós\irmãos; terceiro grau – tios\sobrinhos; quarto grau – primos), desde que não incorra em consanguinidade (RESOLUÇÃO CFM DE 2022). A lei proíbe expressamente que se revele a identidade das crianças nascidas através desta técnica. Portanto, com a exceção do parentesco de até 4º (quarto) grau, nem as doadoras podem reconhecer as crianças, nem estas as doadoras. A equipe médica realiza a seleção da doadora de óvulos procurando garantir maior semelhança fenotípica com a receptora. a doadora nunca será selecionada a pedido da receptora.
  2. A doadora não conhece a identidade das crianças nascidas através da Reprodução Assistida. O anonimato é total. A lei proíbe expressamente que se revele a identidade das crianças nascidas através desta técnica. Portanto, nem as doadoras podem reconhecer as crianças, nem estas as doadoras. A equipe médica realiza a seleção da doadora de óvulos procurando garantir maior semelhança fenotípica com a receptora. A doadora nunca será selecionada a pedido da receptora.
  3. Durante a estimulação dos ovários até a nova menstruação, depois da punção folicular, não é aconselhável manter relações sexuais, tanto pelo risco de gestação múltipla, como pelo risco de torção dos ovários. A doadora não pode usar contraceptivos.
  4. A punção folicular é realizada em sala esterilizada, especializada, com a paciente sob sedação. A internação não é necessária e a paciente deve permanecer na clínica durante 2- 3 horas. A tolerância é geralmente boa e riscos são excepcionais, como a síndrome da hiperestimulação dos ovários, minimizada hoje em dia, graças à combinação de medicamentos antagonista / agonista. Outros riscos também descritos, como infecção, sangramentos abdominais ou a torção dos ovários, também ocorrem excepcionalmente. De qualquer forma, o tratamento é individualizado o e a doadora é acompanhada periodicamente para minimizar qualquer risco.
  5. A doação de gametas e pré-embriões é definida como um contrato gratuito, formal e confidencial entre a doadora e o centro autorizado, desde que sejam respeitados os três requisitos da doação; 

    • Gratuidade: a doação é um ato gratuito e altruísta. A doação nunca poderá ter caráter lucrativo ou comercia 
    • Formalidade: o contrato entre os doadores e o centro autorizado deve ser efetuado por escrito
    • Anonimato: a doação é anônima, devendo garantir- se a confidencialidade dos dados de identidade dos doadores. Os filhos nascidos têm o direito por si próprios, ou através dos seus representantes legais, a obter informações gerais dos doadores, tais como a altura, o peso, o grupo sanguíneo, mas as informações nunca incluirão suas identidades. As clínicas especializadas mantêm de forma permanente um registro das doadoras, dados clínicos de caráter geral com as características fenotípicas (semelhança física) e exames laboratoriais que comprovem sua saúde física. A escolha de doadoras baseia-se na semelhança física, imunológica e na máxima compatibilidade entre doadora e receptora.
    • Doação entre familiares: devem seguir as regras determinada pelo CFM (Conselho Federal de Medicina).
  6. Ser doadora de óvulos significa passar por um tratamento de estimulação dos ovários para que produzam mais óvulos e doá-los a outra mulher que deseja engravidar, mas não tem óvulos próprios em condições de serem fertilizados. Para tanto, é necessário tomar medicação durante 8 – 12 dias.

6. REQUISITOS PARA SER – DOADORA DE ÓVULOS NO IPGO

  • Ter entre 18 e 37 anos (RESOLUÇÃO CFM DE 2022)
  • Ser saudável e não ter nenhuma doença de transmissão sexual ou genética comprovadas por exames complementares
  • Ter uma boa reserva ovariana comprovada pelos exames de sangue FSH e AMH e por ultrassom transvaginal
  • Compreender, aceitar e ter comprometimento com todas as etapas do processo

Lembro que:

“A doação de óvulos NÃO consiste em um simples ato de entrega descontrolada, mas, SIM, em uma atitude pensada e generosa, com o objetivo  maior de proteger, preservar, eternizar, restaurar e conservar a família e o amor.”

Avaliando e selecionando as pacientes doadoras

Os doadores não devem conhecer a identidade dos receptores e vice-versa, exceto na doação de gametas para parentesco de até 4º (quarto) grau, de uma dos receptores (primeiro grau – pais/filhos; segundo grau – avós\irmãos; terceiro grau – tios\sobrinhos; quarto grau – primos), desde que não incorra em consanguinidade (RESOLUÇÃO CFM DE 2022).

No Brasil, a ovodoação é obrigatoriamente anônima, ou seja, nem a doadora nem a receptora sabem a identidade de uma e de outra, diferentemente dos Estados Unidos, onde a receptora pode escolher uma doadora conhecida. No nosso país, também não é permitida nenhuma transação comercial nesse tipo de tratamento. A doação deve ser voluntária e sem fins lucrativos.

No IPGO, a candidata  doadora, além de exames clínicos e laboratoriais rigorosos, deve preencher um questionário detalhado sobre sua vida pessoal e médica, incluindo informações sobre antecedentes e características familiares. Detalhes físicos como peso, estatura, tipo e cor dos cabelos, cor dos olhos e da pele são incluídos nesse questionário, acompanhados de uma foto de quando era criança, para que a receptora tenha uma ideia da fisionomia de quem lhe doará os óvulos. Assim, ela se sentirá mais segura, mas sem o risco de um reconhecimento futuro.

Solicitamos também que escrevam um pequeno texto que reflita os seus sentimentos e traços da sua personalidade, o que dá maior ênfase às suas características íntimas. Existem outros exames que podem demonstrar uma maior afinidade entre doadora e receptora, como o estudo imunológico de compatibilidade,  exames de ancestralidade e estudo genético das doadoras.

Hábitos como tabagismo, alcoolismo e uso de drogas devem ser questionados. As doadoras não são buscadas ao acaso. Elas podem ser voluntárias, altruístas, ou podem estar fazendo também um tratamento para engravidar (doação AVALIANDO E SELECIONANDO AS PACIENTES DOADORAS compartilhada) em decorrência de problemas de fertilidade do marido (poucos espermatozoides ou ausência deles), fatores tubários ou esterilidade sem causa aparente. Independentemente da razão, são sempre submetidas a exames para a pesquisa da fertilidade, principalmente da reserva ovariana. Todas as sorologias, como sífilis, HIV e hepatite B e C, pesquisa de secreção vaginal e papanicolau, devem ter sido realizadas há menos de seis meses, além de tipagem sanguínea, cariótipo, para descartar translocações balanceadas, e avaliação rigorosa da reserva ovariana e sorologias específicas para determinada época, como o caso do Zika e Sarampo. Em casos de  doação compartilhada, também é necessária a avaliação do útero da paciente e sorologias para toxoplasmose, rubéola e CMV.

Pesquisa da doadora de óvulos e seu parceiro

Pesquisa da doadora de óvulos e seu parceiro
Pesquisa da doadora de óvulos e seu parceiro

Portanto, para ser doadora, a mulher deve ter as seguintes características:

  • Idade entre 18 e 37 anos (RESOLUÇÃO CFM DE 2022)
  • Bom nível intelectual
  • Histórico negativo de doenças genéticas transmissíveis
  • Teste negativo para doenças infecciosas sexualmente transmissíveis
  • Tipagem sanguínea compatível com a da receptora (exceto se a receptora não se importar)
  • Boa reserva ovariana

Como a receptora escolhe a doadora

O IPGO costuma ter várias doadoras aguardando ser escolhidas. A receptora terá acesso ao questionário com todas as características físicas da doadora e uma foto dela quando criança. A tipagem sanguínea deve ser compatível, para o caso dos pais não quererem contar ao filho a maneira como ele foi gerado. A avaliação da  afinidade doadora-receptora pode ser também pode ser complementada  com o estudo imunológico de compatibilidadeexames de ancestralidade e estudo genético das doadoras

Apesar de muitas das características das doadoras não serem transmitidas aos filhos, as receptoras sentem-se mais confortáveis em escolher doadoras parecidas  com elas em vários aspectos, tanto físico quanto de personalidade.

As doadoras devem ter entre 18 e 35 anos de idade. Quanto mais velha a doadora,  menor a chance de gravidez da receptora,  devido à diminuição natural da chance de engravidar em função do aumento da idade materna.

O tempo de espera para encontrar uma doadora compatível é muito variável, visto que algumas etnias são mais raras dependendo da região do país como, por exemplo, a negra e oriental. O tempo para encontrar doadora compatível também pode ser maior em função  da tipagem sanguínea.

AVALIAÇÃO DA PACIENTE RECEPTORA

Uma vez escolhida a doadora pela receptora, e tendo ambas assinado os termos de consentimento, podemos iniciar o tratamento.

Existem vários protocolos que podemos utilizar para sincronizar as duas, como os análogos do GnRh, o uso de pílulas anticoncepcionais ou o uso concomitante COMO A RECEPTORA ESCOLHE A DOADORA de análogos e antagonistas de GnRh. O importante é fazer com que as duas comecem juntas o tratamento. A doadora, se for doação compartilhada, iniciará com injeções para estimular a ovulação, enquanto a receptora iniciará com medicações via oral ou adesivos para preparar o útero para receber o embrião. Pode-se também congelar os embriões formados e transferi-los num ciclo posterior.

Tratamento da Doadora

O ciclo de doação de óvulos é realizado pela técnica de fertilização in vitro, na qual os gametas femininos (óvulos) da doadora são doados à receptora para que sejam fertilizados.

A doadora é submetida a um ciclo usual de estimulação ovariana para FIV. Como é esperado um número grande de óvulos coletados, as doadoras têm risco aumentado para Síndrome da Hiperestimulação Ovariana (SHO), e, por isso, dá- -se preferência à utilização de protocolo de indução com antagonista do GnRH. Se realmente crescerem muitos folículos (15 ou mais), pode-se optar por substituir o uso de hCG para maturação final dos óvulos por agonista do GnRH, o que praticamente anula a chance da Síndrome de hiperestimulação.

Após a coleta, quando o processo for realizado pela doação compartilhada, metade dos óvulos serão fertilizados com os espermatozoides do marido da doadora e a outra metade com os espermatozoides do marido da receptora. Se for doação exclusiva, a fertilização é realizada somente com espermatozoides do marido da receptora.

Vinte e quatro horas após a fertilização, sabemos quantos embriões se formaram. Estes permanecem no laboratório por dois a cinco dias e, após serem selecionados, são transferidos ao útero através de um cateter por via vaginal. Não há necessidade de sedação.

Na doação compartilhada, os embriões formados com sêmen do marido da doadora serão transferidos ao útero da doadora, no número máximo de dois. Quando utilizado agonista do GnRH no lugar do hCG, os embriões deverão ser TRATAMENTO DA DOADORA congelados, pois a receptividade endometrial é comprometida. Mesmo com uso de hCG, muitos estudos mostram que níveis elevados de estradiol e progesterona no dia do hCG prejudicam a implantação, e, por isso, a vitrificação dos embriões para transferência num ciclo posterior natural ou de preparo endometrial tem sido cada  vez mais frequente.

Tratamento da Receptora

A receptora recebe dois únicos hormônios (estrogênio e progesterona) para o preparo do endométrio a fim de receber os embriões, pois não existe indução de ovulação. Se a paciente está no menacme, pode ser feito um bloqueio prévio com agonista do GnRH de depósito (3,75 mg), meia ampola subcutâneo, no 21°. Assim que menstruar,  realiza-se um ultrassom (e dosagem de estradiol e progesterona, se necessário) para confirmar que esteja bloqueada para iniciar o preparo endometrial. Se estiver na menopausa, isso não é necessário.

No IPGO, na maioria das vezes, o preparo endometrial consiste no uso do  valerato de estradiol 4mg via oral por dia durante cinco dias, quando então aumenta- -se para 6 mg/dia e  mantido por pelo menos dez dias. Estradiol pode ser dado por outras vias também, como adesivos.

Na doação compartilhada, quando a doadora for colher os óvulos, a receptora iniciará o uso da progesterona à noite, desde que seu endométrio esteja adequado (pelo menos maior que 7 mm, sendo ideal 10 mm ou mais). Se não estiver adequado, vale a pena congelar os embriões e aguardar que esteja favorável. Existem várias maneiras de darmos a progesterona (cápsulas gelatinosas vaginais, comprimidos orais, gel vaginal ou injeção intramuscular).

A transferência é realizada normalmente no terceiro ou quinto dia de desenvolvimento embrionário. O(s) embrião(ões) oriundo(s) dos óvulos fertilizados pelo sêmen do seu marido será(ão) então transferido(s) para seu útero. Pela resolução do CFM, o número máximo de embriões colocado é dois.

No caso de beta-hCG positivo, a reposição hormonal (estradiol e progesterona) deve ser mantida por até 12 semanas.

Cada clínica deve manter um registro de todas as doadoras e receptoras, bem como dos resultados de cada tratamento, de preferência até o nascimento dos bebês. Além de as identidades das envolvidas serem confidenciais, a confiabilidade dos arquivos médicos deve ser respeitada, como em qualquer outro procedimento. A liberação de informações só poderá ser feita mediante autorização expressa do paciente.

Exames especiais

  • A. EXAME IMUNOLÓGICO – KIR – HLA 
  • B. AVALIAÇÃO DA ANCESTRALIDADE DE DOADORAS DE ÓVULOS
  • C. TESTE GENÉTICO PRECONCEPCIONAL (TGP) NAS DOADORAS

A. EXAME IMUNOLÓGICO – KIR – HLA- C

O tratamento por doação de óvulos pode ser mais frustrante quando, após este período de conhecimento e aceitação do tratamento com óvulos doados, o resultado não é o esperado e a gestação, mais uma vez, não ocorre.

A frustração é inevitável quando todos os exames para evitar o insucesso já foram realizados: trombofilias,  ressonância  magnética, pesquisa de  adenomiose,  endometriose,  videohisteroscopia,  biópsia de endométrio,  ERA,  Cine Mode Display. A certeza de que não faltava mais nada. Mas será?   TALVEZ… Este exame de sangue, de nome KIR–HLA-C (KIR= Killer Immunoglobulin – like Receptors e HLA-C = Human Leucocyte Antigen – Antígenos Leucocitários Humanos), pode ajudar a melhorar os resultados nos tratamentos de fertilização assistida com óvulos doados.

O IPGO já vem realizando este exame em casos de falhas de implantação ou abortos em FIVs com óvulos próprios, mostrando que, em alguns casos especiais, transferir um único embrião pode produzir melhores resultados  do que transferir dois embriões ou mais. Nos casos de ovodoação, este exame ainda permite saber de antemão se o casal necessita de uma doadora que, além de ser saudável e ter as EXAMES ESPECIAIS características físicas compatíveis com o casal, tenha também um padrão imunológico compatível com o eles.

Mas não é todo o casal que precisa deste detalhe imunológico da doadora e, por isso, este exame deve ser indicado somente após uma avaliação criteriosa do casal, e não como rotina. Isso se baseia no fato de que todas as mulheres têm, no seu útero, células imunológicas (chamadas NK) com receptores capazes de reconhecer o embrião quando esse chega ao útero materno. Embora muitos estudos demostrem a associação de uma atividade aumentada de células NK no endométrio com produção exagerada de atividade citotóxica a perdas gestacionais e a  falhas de implantação, abortos e problemas tardios na gravidez (o IPGO tem seguido esta teoria), novos estudos mostram que a ação da célula NK uterina é mais complexa.

Estes receptores das células NK chamam-se KIR e se dividem em três grandes grupos genéticos: KIR AA, KIR AB e KIR BB. Eles têm função inibitória ou estimulatória sobre as células NK e importância fundamental na implantação dos embriões, na formação da placenta e, consequentemente, no próprio desenvolvimento da gestação. No passado, acreditava-se que todas as células NK (natural killer = células assassinas) tinham capacidade extremamente citotóxica, ou seja, de matar células estranhas ao organismo, como, por exemplo, as tumorais ou infectadas por vírus. Nos últimos anos, observou-se que existe outro tipo de célula NK no útero com outra função: liberar substâncias imunomoduladoras que estimulam a invasão das células trofoblásticas (do embrião) no endométrio de forma adequada, sendo importante para garantir a implantação e formação adequada da placenta.

A ausência das células NK pode causar falhas de implantação e, por uma formação deficiente da placenta, abortos, restrição de crescimento do bebê e pré-eclâmpsia. A ação dessas células, tão importantes para uma gestação normal, depende de uma perfeita interação imunológica entre uma molécula da superfície das células do embrião (chamada HLA-C) e os receptores KIR das células NK uterinas.

Todo ser humano dispõe, em suas células, de antígenos (moléculas que interagem com o sistema imune) denominados HLA que distinguem os antígenos do próprio organismo dos estranhos. Os antígenos HLA representam a “marca registrada” de cada indivíduo, a “impressão digital” única, que pode ter uma similaridade maior ou menor entre duas pessoas.

Quanto menor a  similaridade, maior a chance de rejeição. O antígeno HLA é uma denominação genética que, nos casos de transplantes de órgãos, tem o objetivo de avaliar o doador ideal para determinado paciente.

Como o embrião de uma receptora é composto de 50% de material genético paterno e 50% de material genético da doadora, há molécula HLA-C da doadora e paterna. As células NK reconhecem o HLA-C estranho ao seu organismo, ou seja, o HLA de origem paterna. Entretanto, quando a célula NK em questão reconhece este HLA diferente, ela não induz à rejeição, como nos transplantes, mas libera citocinas (= substâncias segregadas por células do sistema imunológico que controlam as reações imunológicas do organismo) importantes para gestação.

O HLA-C do embrião pode ser de dois tipos: C1 e C2. A molécula C1 interfere pouco na atividade da célula NK, então, pouco afeta a gestação. Já a C2 tem uma ação muito maior sobre os receptores KIR, sendo, portanto, mais importante para a gestação. Entretanto, sua ação vai depender do tipo de receptor KIR. Este é determinado por um grupo de genes (haplotipo) que pode ser definido como grupo A, quando gera receptores somente com atividade de inibição; ou grupo B, quando gera algum receptor com atividade estimulatória. Assim, a mãe pode ser AA, AB ou BB (pois tem um haplotipo herdado do pai e um da mãe).

No caso de óvulos doados, o embrião apresentará um HLA-C do marido e um da doadora de óvulos, ambos reconhecidos como estranhos ao sistema imune materno. Dessa forma, no caso de mulher KIR AA, se o embrião tiver C2 proveniente do pai e doadora, o risco será muito elevado, com taxas de nascimentos muito baixas.

Para evitar essas complicações, pode-se avaliar o KIR da mulher, o HLA-C do homem e HLA-C da doadora, por meio de exames de sangue.

  • KIR da mulher: No exame do KIR, avalia-se se a mulher é KIR AA, AB ou BB. Quando a mulher é AB ou BB, não há risco, não precisando avaliar o HLA-C do marido ou doadora. Quando a mulher é KIR AA, deve-se fazer essa avaliação
  • HLA-C do homem:  No caso do HLA, considerando que herdamos um HLA-C do pai e um da mãe, o parceiro poderá ser C1C1, C1C2 ou C2C2. Se for C1C1, o embrião gerado terá sempre HLA paterno C1. Se C2C2, sempre o embrião terá C2. E se o marido for C1C2, os embriões formados têm 50% de chances de terem HLA paterno C1 e 50% de chances de terem C2
  • HLA-C da doadora: A doadora de óvulos também poderá ser C1C1, C1C2 ou C2C2 No caso de mulher KIR AA, o ideal é escolher uma C1C1, assim, temos a certeza que o embrião não herdará C2, principalmente se o marido for C1C2 ou C2C2. E, então, o número de embriões transferidos será de acordo com o HLA-C do parceiro: até dois, se homem C1C1; ou somente um, se C2C2 ou C1C2 Observação: se o marido for C1C1, pode-se optar por transferir um só embrião, independente do HLA-C da doadora
  • Banco de Sêmen: em casos de falhas repetidas de tratamentos provenientes de banco de sêmen, é recomendável que a futura mãe faça a pesquisa dos receptores KIR. Caso ela seja KIR AA, a recomendação é que o doador seja HLC-A C1C1. O problema é que os bancos de sêmen, até o momento, não incluem este exame na pesquisa dos doadores. Neste caso, pode-se optar por transferir somente um embrião

A implantação embrionária pode falhar quando:

  • A mãe é haplotipo KIR AA
  • O embrião herda o HLA-C C2 do pai e/ou da doadora de óvulos
  • A chance de complicação é maior quanto mais HLA-C2 estiver presente no pai e na doadora de óvulos
  • Nos casos acima, os resultados são piores quanto maior o número de embriões transferidos

Mãe KIR AA x HLA-CC2 paterno e/ou de doadora

  • Diminuem as chances de implantação
  • Aumentam as chances de aborto (47,8%)
  • Favorece restrição de crescimento do bebê
  • Favorece pré-eclâmpsia
  • Limita o número de embriões transferidos a um por vez
  • Direciona a busca de doadora de óvulos sem C2
  • Pode direcionar a escolha da amostra nos bancos de sêmen de doadores sem C2 paterno 

IMPORTANTE:

O IPGO realiza o exame KIR-HLA-C, mas só o recomenda em casos criteriosamente avaliados que apontem falhas de implantação ou abortos após transferência de um ou mais embriões com óvulos doados e quando a rotina de exames para falha de implantação já tenha sido realizada.

B. AVALIAÇÃO DA ANCESTRALIDADE DE DOADORAS DE ÓVULOS

De todos os diagnósticos conhecidos, o de aceitação mais difícil é o da ausência de óvulos capazes de serem fertilizados, isto é, o de que o ovário não possui mais óvulos capazes de gerar filhos. É um momento de decepção, pois a mulher acredita não ser mais possível ser mãe. Esse fato pode ocorrer em mulheres jovens com falência ovariana prematura, também chamada de menopausa precoce; em casos de cirurgias mutiladoras, em que são retirados os dois ovários; em idade avançada, quando os óvulos produzidos não formam embriões de boa qualidade; ou na própria menopausa na idade certa (ao redor dos 50 anos), época em que não existem mais óvulos.

A solução para todos esses casos é a DOAÇÃO DE ÓVULOS. Essas mulheres podem ser mães e gerar seu(s) filho(s) no seu próprio ventre, tendo um bebê fruto dos espermatozoides do seu marido com um óvulo de uma mulher doadora.

O primeiro impacto dessa proposta de tratamento é, quase sempre,  de indignação e acompanhada de comentários como: “Dessa maneira não me interessa”, “Então esse filho não será meu”, “Essa criança não terá as minhas características, nem o meu DNA”, entre  outros. Estas afirmações são feitas por quase todas as mulheres na fase inicial. Mesmo quando munidas de uma vasta quantidade de informações necessárias para a compreensão desse processo, deixam a clínica frustradas e acreditando que desistirão de ter filhos para sempre. Mas, após um período de reflexão e conhecimento, retornam abertas a essa opção para ter seus filhos.

A doação de óvulos é um tratamento sigiloso, do conhecimento exclusivo do médico e do casal. As doadoras devem ser anônimas, isto é, não podem ser da própria família nem conhecidas do casal. Normalmente, as mulheres não divulgam a informação de que a gravidez é proveniente de óvulos doados. Portanto, uma grande preocupação que se tem é a doadora ter o máximo de semelhança física com a  receptora.

No IPGO, a candidata  doadora, além de exames clínicos e laboratoriais rigorosos, deve preencher um questionário detalhado sobre sua vida pessoal e médica, incluindo informações sobre antecedentes e características familiares. Detalhes físicos como peso, estatura, tipo e cor dos cabelos, cor dos olhos e da pele são incluídos nesse questionário, acompanhados de uma foto de quando era criança, para que a receptora tenha uma ideia da fisionomia de quem lhe doará os óvulos. Assim, ela se sentirá mais segura, mas sem o risco de um reconhecimento futuro.

Entretanto, considerando a grande miscigenação da população brasileira, mulheres muito parecidas podem ter genes de outras etnias que podem se manifestar no filho, tendo o bebê características muito diferentes da família da receptora.

Um novo exame pode dar mais segurança na escolha da doadora: o teste de ancestralidade  global. Nele, são analisados 700 mil regiões do DNA de todos os cromossomos. O teste estima a ancestralidade global do indivíduo, fornecendo valores percentuais para a localização biogeográfica do material genético do indivíduo testado. Essa ancestralidade identificada na análise sofre influência de até 5 gerações (até o 16º trisavó/vô).

O resultado do teste irá conter as porcentagens de cada ancestralidade genética que o indivíduo possui, por exemplo: 40% europeu, 20% oriente médio, 20% africano, 20% indígena, com as subdivisões dentro de cada continente (por exemplo, o teste pode indicar que destes 40% europeu, 20% são do leste europeu e 20% são das ilhas britânicas).

Segue abaixo a lista de todas as etnias que o Teste de Ancestralidade Global analisa:

  • América do Sul
  • Américas do Norte e Central
  • Ásia Central
  • Ásia Menor
  • Centro-Sul da Ásia
  • Escandinávia
  • Europa Ocidental e Central
  • Finlândia
  • Ibéria
  • Ilhas Britânicas
  • Judeu Asquenazi
  • Judeu Sefardita
  • Leste da África Central
  • Leste do Oriente Médio
  • Leste Europeu
  • Nordeste da Ásia
  • Norte da África
  • Oceania
  • Oeste da África
  • Oeste do Oriente Médio
  • Sibéria
  • Sudeste da Ásia
  • Sudeste Europeu
  • Sul da África Central 

Com esse exame, o casal receptor tem a confirmação das etnias que a doadora tem em seu DNA, aumentando a chance de uma criança com características físicas semelhantes à família da receptora.

C. TESTE GENÉTICO PRECONCEPCIONAL (TGP) NAS DOADORAS

Um teste genético pode ser realizado antes do tratamento de fertilização in vitro com óvulos doados para avaliar o risco de doenças genéticas na prole. Um estudo com doadoras de óvulos, no qual este teste era realizado antes do tratamento, demonstrou que, em 2% dos casos, havia o risco de transmissão de doenças genéticas, sendo necessária a escolha de outra doadora.

Receptoras de óvulos

Normalmente, casais que vão conceber com óvulos de uma doadora são muito preocupados com sua origem, uma vez que a doadora é sempre anônima. Não é fácil aceitar este tipo de tratamento e, por isso, muitos casais desejam um maior número de informações daquela que será a doadora. O teste genético preconcepção pode ser uma opção que trará mais segurança e tranquilidade para o casal.

O teste genético pré concepcional (TGP) é um teste capaz de identificar e prevenir a transmissão hereditária de doenças genéticas. Doadoras de óvulos podem, eventualmente, carregar mutações de doenças genéticas recessivas que só se manifestam quando os dois genes (recebidos do pai e da mãe) estão alterados. Quando apresentam somente um gene alterado, isso não trará problema para elas, mas, caso o pai também tenha essa mutação, a criança poderá receber os dois genes com mutação e, assim, manifestar a doença. A maior frequência dessas alterações ocorre quando se combinam cargas genéticas similares, como, por exemplo, nos casamentos consanguíneos, pois aumenta a chance dos dois parceiros terem a mesma mutação. O TCP é capaz de evitar essas doenças no futuro do bebê, antes do tratamento de fertilização, pela identificação de genes e as possíveis mutações.

O teste genético

O teste genético corresponde à análise do DNA do indivíduo, considerado um banco de dados químico que carrega instruções para as funções do corpo. É usado para identificar pessoas que tenham uma cópia de uma mutação do gene que, quando presente em duas cópias, causa uma doença genética. Portadores geralmente não têm risco de desenvolver a doença, mas podem transmitir a mutação genética para seus descendentes.

Os testes genéticos podem revelar mudanças ou alterações nos genes que podem detectar a vulnerabilidade para determinadas doenças hereditárias. Os resultados de um teste genético podem confirmar ou descartar uma condição genética suspeita ou ajudar a determinar a chance de uma pessoa desenvolver ou transmitir uma doença genética.

O teste da doadora (portadora)

O teste é usado para identificar doadoras que carreguem uma determinada cópia de uma mutação do gene que, quando estiver presente em duas cópias (óvulo da doadora e sêmen do pai), causa uma doença genética. Essas doenças genéticas são classificadas como recessivas. Isto quer dizer que, para que se desenvolva, é necessário haver alteração nos dois genes (aquele herdado do pai e da doadora). Se apenas um deles estiver mutado, não haverá doença e este indivíduo será considerado apenas portador.

O teste de portador deve ser realizado na doadora antes do processo de fertilização. Caso apresente mutação em algum gene, o marido poderá pesquisar se também possui essa mutação específica, ou uma nova doadora deverá ser escolhida. 

Exemplos:

  • Afro-americanos podem ser triados para anemia falciforme (doença do sangue na qual as células sanguíneas são em forma de foice e têm dificuldade de viajar livremente através dos vasos sanguíneos, causando dor e anemia).
  • Pessoas com ascendência mediterrânea, africana e do sudeste asiático podem ser rastreados para a talassemia (grupo de doenças genéticas de sangue, todas relacionados com a hemoglobina, a parte dos glóbulos vermelhos que transporta oxigênio).
  • Judeus Ashkenazi, de ascendência europeia, são normalmente testados para garantir que não são portadores da doença de Tay-Sachs (afeta as células nervosas do cérebro e pode ser fatal).
  • Teste de fibrose cística é particularmente importante para aqueles que são caucasianos de ascendência europeia – 1 em 25 é portador da doença. Também é importante pesquisar o casal quando o homem tem azoospermia por defeito no ducto deferente.
  • Casais com história familiar de doenças hereditárias – como a distrofia muscular ou hemofilia – podem ser testados para riscos específicos.

Painel de Alelos Recessivos

A triagem de portadores de alelos recessivos permite identificar se o casal é portador de alelos alterados que causam doenças genéticas com padrão de herança recessiva.

Aspectos éticos e legais

As doadoras devem ser informadas sobre os riscos da hiperestimulação ovariana, bem como sobre outras possíveis complicações da fertilização in vitro, como gestação múltipla, sangramento, infecção e anestesia.

No Brasil, não há necessidade da contratação de  um advogado para acompanhar o tratamento, a não ser em alguns casos específicos, como, por exemplo,  útero de substituição (comumente chamado de barriga de aluguel.

As receptoras devem saber que, apesar de as doadoras serem mulheres com idade de chances mínimas para malformações cromossômicas, essa possibilidade não pode ser excluída.

O casal que parte para a ovodoação deve se sentir à vontade para perguntar ao médico assistente:

  1. Quantos ciclos de ovodoação a clínica faz por mês?
  2. Qual a taxa de gravidez nesse tipo de tratamento?
  3. Como a clínica seleciona e encontra as doadoras? Quantas doadoras estão disponíveis no momento?
  4. Qual o tempo médio de espera para encontrar uma doadora?
  5. Como é feito o pagamento do ciclo?
  6. O que acontece caso a doadora não produza óvulos suficientes? Quem arca com o custo dos medicamentos utilizados?
  7. Existe a possibilidade de uma doadora doar para mais de uma receptora? Nesse caso, o custo do tratamento pode ser reduzido?
  8. Existe alguma restrição de idade para a receptora?
  9. Existe restrição em relação ao estado civil da receptora?

Apoio psicológico

Do ponto de vista psicológico, os casais que consideram utilizar a Ovodoação precisam passar por um período de reflexão e aceitação da ideia de conceber um filho com material genético de outra pessoa. Esta opção, perfeitamente viável para o casal conseguir a gravidez tão esperada, apresenta a vantagem de a mulher vivenciar o processo da gravidez e parto, favorecendo o vínculo mãe-bebê. O marido também poderá participar de todo processo facilitando a interação e a adaptação após nascimento do filho. Vale lembrar que os sentimentos da maternidade e paternidade independem dos componentes biológicos e fazem parte de um processo que ocorre ao longo do tempo, com o convívio, a criação e a natural formação dos laços afetivos.

Para que a Ovodoação ocorra de forma mais tranquila, os casais precisam perceber as reais vantagens do tratamento e entender que esses aspectos importam mais do que o componente genético do filho.

O aconselhamento psicológico oferece a esses casais o espaço para enfrentar e esclarecer suas dúvidas e angústias.

Perguntas e Respostas

PERGUNTAS DIRETAS, RESPOSTAS OBJETIVAS

1) Qual é a chance de uma mulher ou um homem terem filhos após os 46 anos?
R: São poucos os casos de gestação relatados nesta fase da vida. A chance é muito pequena e é considerada excepcional após esta idade.

2) Como deve proceder um casal cuja mulher está acima dos 46 anos?
R: O primeiro passo seria procurar um especialista em Reprodução Humana para se conscientizarem das chances da gestação e dos riscos envolvidos numa gravidez nesta idade.

3) Qual a chance de uma gravidez espontânea ocorrer após essa idade?
R: Mínima. É muito comum pacientes contestarem essa possibilidade, alegando conhecerem pessoas ou terem ouvido notícias de mulheres que engravidaram após essa idade. A chance é pequena, mas não impossível. É fundamental que o casal tenha consciência das restrições nessa fase da vida, evitando, assim, ilusões que, muitas vezes, estão mais próximas de um milagre. Mas, nada é impossível.

4) Quais são os riscos de uma gestação após essa idade?
R: Em primeiro lugar, deve-se considerar a possibilidade de intercorrências clínicas de uma gestação nessa fase da vida, como: diabetes, hipertensão arterial, problemas de coluna etc. Depois, caso se consiga a gestação com seus próprios óvulos (podem ser usados óvulos doados), sempre deverá  avaliar-se a grande probabilidade de abortamento e malformação.

5) Caso uma mulher nessa fase da vida deseje ter filhos com seus próprios óvulos, qual deverá ser o tratamento?
R: Após avaliação clínica e hormonal, o ideal é realizar a Fertilização In Vitro, que proporciona chance maior  de resultados positivos. Nesse tipo de procedimento, os embriões provenientes da Fertilização In Vitro são avaliados e a qualidade dos óvulos também. As taxas de gravidez nesses tratamentos e nessa idade  são muito baixas, mas não impossíveis. O casal deve ter consciência disso.

6) Qual seria a melhor alternativa para um casal cuja mulher tem essa idade?
R: Do ponto de vista de resultados, a melhor alternativa é a doação de óvulos. O casal deverá conhecer bem esse processo. É importante que sejam previamente avaliados psicologicamente para saber se estão preparados para esse procedimento.

7) Mas, se o óvulo é de uma outra mulher (doadora), isso significa que os genes desta criança não são da mulher vai gerar o bebê (mãe receptora) ?
R: Exatamente. Os cromossomos deste bebê serão metade do marido da mulher receptora (que é a mulher que tem mais de 46 anos) e metade dos cromossomos da mulher doadora. 

8) A receptora pode conhecer a mulher doadora?
R: Não, de forma alguma. No Brasil, a ovodoação é um tratamento considerado ético, mas a doadora não poderá ser conhecida pelo casal. Muitos casais gostariam de ter os óvulos de alguém da sua própria família para manter a herança genética familiar, mas isto não é possível. O anonimato é obrigatório. É importante que o casal que vai receber óvulos doados tenha esse conhecimento e saiba  que quem doou os óvulos jamais terá algum direito sobre seu filho. Exceto na doação de gametas para parentesco de até 4º (quarto) grau, de um dos receptores (primeiro grau – pais/filhos; segundo grau – avós\irmãos; terceiro grau – tios\sobrinhos; quarto grau – primos), desde que não incorra em consanguinidade (RESOLUÇÃO CFM DE 2022).

9) Até que idade uma mulher pode ter filhos com óvulos doados?
R: Ainda que não exista uma lei, há  um consenso que 55 anos deva ser a idade máxima. É evidente que algumas clínicas aceitam fazer tratamentos deste tipo em mulheres com mais idade, mas são poucas. Algumas vezes, têm-se notícias que mulheres entre 60 e 70 anos deram à luz. Este fato é tão raro que é noticiado pelos meios de comunicação no mundo.

10) Existe algum fundamento neste limite de idade?
R: Acredita-se que, após essa idade, muitas mulheres terão problemas clínicos importantes durante a gestação (diabetes, hipertensão etc.) e que podem colocar a vida da própria gestante em risco. Deve-se ponderar também o constrangimento da criança, quando chegar à adolescência e observar que sua mãe assemelha-se às avós de seus colegas. Uma vez que a ovodoação é um tratamento íntimo que normalmente é do conhecimento exclusivo do médico e do casal, acredita-se que esse tipo de mal-estar da criança deverá ser evitado. É importante lembrar que alunos do Ensino Médio (adolescência) já têm conhecimento de biologia da reprodução e sabem que a gestação após os 60 anos é impossível. 

11)As mulheres nesta idade têm sempre condições de ter uma gestação?
R: Nem sempre. Por isso, antes que se inicie o processo de Fertilização In Vitro, deverão passar por uma avaliação ginecológica, clínica e cardiológica e fazer os seguintes exames:

Exames complementares para avaliação ginecológica:

  • Ultrassom
  • Histeroscopia
  • Papanicolau
  • Mamografia
  • Exames de sangue – hormonais e de doenças infecciosas (HIV, Hepatite etc.)
  • Espermograma etc. 

Exames complementares para avaliação clínica:

  • RX tórax
  • Eletrocardiograma
  • Exames de sangue em geral (glicemia, colesterol etc.)
  • Outros, se necessários
  • Avaliação psicológica e emocional 

12)Como ocorre o processo de fertilização entre uma doadora e uma receptora?
R: O processo é uma Fertilização In Vitro. A doadora deverá passar por um processo de indução da ovulação indicado para o recrutamento de um número maior de óvulos. Estes óvulos precisam ser fertilizados e congelados para serem transferidos em um momento oportuno. A receptora recebe hormônios que preparam o endométrio para receber os embriões. Enquanto os óvulos se desenvolvem na doadora, o endométrio da receptora fica mais espesso a cada dia. Quando os óvulos da doadora forem aspirados, parte deles será encaminhada para a receptora e fertilizados com o sêmen do próprio marido. A seguir, os embriões são transferidos para cada uma das pacientes.

13)Quais são as regras para a ovodoação?

São basicamente 3: 
1: A doação nunca terá caráter lucrativo ou comercial. Não se vendem óvulos (nem espermatozoides) 
2: As doadoras não podem conhecer a identidade das receptoras e vice-versa. O sigilo e o anonimato serão obrigatoriamente mantidos. Só é permitido a doação entre familiares em situações especiais.
3: As clínicas especializadas mantêm de forma permanente um registro das doadoras, dados clínicos de caráter geral com as características fenotípicas (semelhança física) e exames laboratoriais que comprovem sua saúde física. A escolha de doadoras baseia-se na semelhança física, imunológica e na máxima compatibilidade entre doadora e receptora (tipo sanguíneo etc.).

14)Quem são as mulheres que podem doar óvulos?
R: As doadoras devem ter as seguintes características:
a) Menos do que 37 anos de idade
b)Bom nível intelectual
c) Histórico negativo de doenças genéticas transmissíveis
d)Teste negativo para doenças infecciosas sexualmente transmissíveis (hepatite, sífilis, Aids etc.) e tipagem sanguínea compatível com a receptora

15)Qualquer mulher pode doar óvulos?
R: O importante é preencher os requisitos das perguntas 13 e 14 (deste capítulo). Qualquer mulher que preencha estes itens e seja desconhecida da receptora poderá doar óvulos. Entretanto, as principais fontes de doadoras são:

a) Mulheres férteis, que desejam submeter-se à ligadura tubária, poderão ser incentivadas a aceitar a estimulação ovariana e a doação dos óvulos
b)Pacientes do programa de Fertilização In Vitro ou Inseminação Artificial com altas respostas ao estímulo ovariano, às vezes, desejam, de forma voluntária e anônima, doar parte dos óvulos obtidos. São pacientes que não desejam congelar embriões nem óvulos e temem uma gestação múltipla
c) Óvulos congelados provenientes de mulheres submetidas a tratamentos de Fertilização in vitro que engravidaram e tiveram seu(s) filho(s). O sucesso do tratamento já realizado indica uma boa qualidade destes óvulos. Estas pacientes, quando não desejam ter mais filhos, muitas vezes doam os óvulos excedentes. A chance de gravidez, nestes casos, está entre 50% a 55%. Vale ressaltar que a doação de óvulos é muito mais fácil de ser aceita pela paciente em relação à doação de embriões. Como a chance de gestação com óvulos congelados está cada vez mais próxima à de embriões congelados, vale a pena o incentivo para o congelamento de óvulos para mulheres jovens que os produzem em grande quantidade
d) Doação compartilhada: nesse caso, a receptora pagaria parte dos custos da paciente que tem indicação para bebê de proveta (doadora), mas não pode fazê-lo por motivos financeiros. Em troca, a receptora recebe metade dos óvulos produzidos pela doadora. Dessa forma, estaremos ajudando duas mulheres e dando a ambas o direito de ser mãe. Essa posição pode ser considerada eticamente controvertida, uma vez que a doadora está sendo beneficiada economicamente, embora não esteja recebendo dinheiro para isto
f )Doação por generosidade pura: Algumas mulheres, de maneira altruística e movidas por um sentimento de gratidão, se oferecem para doar seus óvulos sem qualquer benefício

16) Existem outras razões para uma mulher receber óvulos de uma doadora?

  • Ausência congênita ou retirada cirúrgica dos ovários
  • Doenças genéticas transmissíveis da mulher
  • Falhas repetidas de tratamentos de Fertilização In Vitro que aconteceram devido à má resposta ovariana ou a embriões de má qualidade
  • Menopausa precoce 

IMPORTANTE: 
Os critérios aceitos para definir quem pode ser doadora de óvulos variam de acordo com a resolução vigente do CFM (Conselho Federal de Medicina) na época do procedimento.

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