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ESTRESSE NÃO É O ÚNICO VILÃO DA FERTILIDADE, HÁ MUITOS OUTROS NO MEIO AMBIENTE

Estudo feito por cientistas norte-americanos e divulgado no final de março apontou que o estresse pode dobrar o risco de infertilidade nas mulheres. O estudo, publicado na revista Human Reproduction, foi realizado com mulheres com idade entre 18 e 40 anos e que não tinham problemas conhecidos de infertilidade e haviam começado a tentar engravidar, mas que não haviam obtido sucesso após 12 meses. Eles mediram seus níveis de alfa-amilase, uma enzima na saliva que indica estresse.

Segundo a pesquisa, mulheres com níveis elevados de estresse tinham 29% menos probabilidade de engravidar se comparadas às demais. Segundo os pesquisadores, foi a primeira vez que se mostrou clinicamente e de forma significativa como o estresse é associado a um risco maior de infertilidade entre as mulheres.

O conselho dos cientistas para acabar com o estresse foi muito simples: que as mulheres conseguissem de 20 a 30 minutos em sua vida para fazer algo simples, como caminhar ou mesmo ioga ou meditação, para relaxar.

Meio ambiente

Porém, não é apenas o estresse da vida moderna o inimigo da fertilidade. “Mudanças ambientais têm preocupado autoridades no mundo todo. Muitas delas têm sido causadas pela evolução tecnológica, gerada pelo próprio homem e interferem no bem-estar das pessoas, agredindo vários órgãos do corpo humano e causando problemas de saúde. Existem alterações no meio ambiente que estão muito próximas de nós, no dia a dia, e prejudicam a fertilidade dos casais, fato que tem sido demonstrado através de experiências laboratoriais realizadas em animais. Embora muitos destes efeitos maléficos não sejam comprovados no ser humano, existem evidências que sugerem a interferência negativa destas substâncias na fertilidade. Com os dados até hoje obtidos, podem ser tiradas algumas conclusões que podem ser prevenidas, evitando, dentro do possível, o contato com estas toxinas. Esta tarefa preventiva, na maioria das vezes, é complicada e de difícil incorporação à rotina das pessoas, mas, estar ciente destes problemas, poderá ser útil e ainda exigirá algumas reflexões”, afirma o médico especialista em medicina reprodutiva, Arnaldo Cambiaghi, e diretor do Centro de reprodução humana do IPGO.
Entre estas substâncias estão solventes, tintas, bisphenol, formaldeídos etc. O médico conta que se tem observado nos últimos anos o aumento de casais que procuram os tratamentos de infertilidade e que as justificativas para isto têm sido baseadas no avanço científico, aumento do conhecimento dos profissionais da saúde reprodutiva, divulgação destes problemas ao público leigo pelos meios de comunicação, desmistificação dos problemas de fertilidade do homem e o desejo da mulher em postergar a busca da maternidade para após os 35 anos, período este que se inicia a queda natural e progressiva da fertilidade.
“Apesar dessas mudanças de comportamento, observa-se também um aumento absoluto das dificuldades dos casais em terem filhos. Há poucos anos, a US National Survey of Family Goowth realizou um levantamento sobre casais que tinham dificuldade de engravidar e, surpreendentemente, observou um aumento maior destes problemas em casais mais jovens com menos de 25 anos (42%). Comparado com um aumento de 12% em casais entre 25 e 34 anos e de 6% para casais entre 35 a 44 anos. Isto, segundo esta publicação, pode sugerir que as alterações ambientais nos últimos anos prejudicam mais estes casais jovens por terem sido expostos a estas substâncias tóxicas num período de vida mais precoce. São várias as substâncias, mas, as mais conhecidas e discutidas, são as dioxinas, furano (contaminante) e PCBs (Bifenilos Policlorados), além da gordura trans”, afirma Cambiaghi.

Dioxinas, Furanos e PCBs

As dioxinas que agrupam substâncias como o furano e PCBs formam um grupo de compostos muito tóxicos ao ser humano. São produzidas principalmente na natureza pela queima de produtos orgânicos que contém cloro, na presença de pouco oxigênio (combustão). Muitos países da Europa e até o Japão também julgaram que a queima do lixo em incineradores era a solução perfeita para que se livrassem do lixo doméstico, mas descobriram que o resfriamento dos gases provenientes desta combustão liberava as dioxinas e furanos, que ao se propagarem pela atmosfera, depositavam-se no meio aquático e no solo.
Caindo nas pastagens elas passam para os animais e para a água. Por serem pouco solúveis acumula-se em sedimentos na natureza e em regiões do organismo dos seres vivos como, por exemplo o tecido gorduroso. São transmitidas ao ser humano pelo alimento animal, normalmente ingerido pelas pessoas, como a linguiça, queijos, leite, manteiga e carne entre outros e até no leite materno. Entretanto isso não significa que as mães não devem amamentar, pelo contrário, pois os efeitos benéficos deste ato são ainda muito grandes.
“Alguns fatos passados demonstram a preocupação por esta substância. Na Bélgica foram descobertas no leite da vaca e em galinhas que na época foram recolhidos do mercado pelo perigo que ofereciam. Na Itália, em Seveso, em 1976, uma nuvem destes produtos dizimou 50 mil animais. Em Portugal fatos semelhantes ocorreram.
A dioxina de maior interesse e mais comum, segundo Cambiaghi, é a 2, 3, 7, 8-TCDD, tecnicamente chamada de Tetraclorodibenzo-p-dioxina que tem ação em vários sistemas do organismo e também responsável por doenças como: endometriose, infertilidade, aborto, câncer infantil, câncer do sistema reprodutor, fadiga crônica, diabetes, asma, deficiências do sistema imunológico e alterações do sistema endócrino. A cada dia aumenta o número de doenças que podem ter interferência do meio ambiente.
As dioxinas são bastante estáveis e apresentam elevada persistência ambiental podendo permanecer sete anos nos seres vivos e 10 anos no solo. É colocada em segundo lugar entre substâncias tóxicas dispersas no ambiente logo após o consumo de pesticidas na agricultura e ultrapassando produtos químicos tóxicos como o ácido sulfúrico, amoníaco e benzeno.

Gordura trans

Um estudo feito pelo Jornal Americano de Nutrição Clínica em Harvard, Boston, nos Estados Unidos, demonstrou que quanto mais gordura trans-saturada o ser humano consumir, maior será a chance de ter problemas de fertilidade.
Segundo esta publicação, para cada 2% de aumento na quantidade de calorias de gordura trans que uma mulher consome, no lugar de carboidratos, há um aumento de 73% no risco de infertilidade. Se o ômega-6 poliinsaturado, a gordura mais saudável que ingerirmos, for substituída por gordura trans-saturada, a infertilidade aumenta para 79%.
A gordura trans-saturada está também relacionada com vários problemas de saúde como: níveis elevados de colesterol, doença cardíaca coronariana, obesidade e diabetes. É encontrada em óleos vegetais processados, comumente usados em margarinas, pizzas, bolachas, biscoitos, bolos, tortas e na maioria dos assados processados. Este tipo de gordura não tem nenhum benefício nutricional e pode ser substituída por outras mais saudáveis, pois o único objetivo para a sua utilização, é prolongar a vida dos alimentos nas prateleiras dos supermercados.
Além disso, podemos contar também como fontes de infertilidade o fumo, o álcool e as drogas, lícitas e ilícitas.

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